Suplementação Pediátrica – Quando é Necessária e Como Fazer com Segurança?
- Cleber Campos
- 17 de mai.
- 3 min de leitura
A infância é um período de intenso crescimento físico, desenvolvimento neurológico e formação de hábitos que perdurarão por toda a vida. Nesse contexto, muitos pais se perguntam se seus filhos precisam tomar suplementos vitamínicos, minerais ou nutricionais para garantir uma saúde plena. A verdade é que, embora os suplementos possam ter seu papel em alguns casos, sua indicação deve ser sempre criteriosa, feita por um profissional qualificado, e jamais substitui uma alimentação equilibrada.
O que é suplementação pediátrica?
Suplementação pediátrica é o uso de vitaminas, minerais, proteínas ou outros nutrientes adicionais à dieta da criança, com o objetivo de corrigir deficiências ou atender necessidades específicas do organismo em determinadas fases da infância. Os suplementos podem ser prescritos em formato líquido, comprimidos mastigáveis ou até mesmo em fórmulas completas, dependendo da idade e da situação clínica da criança.
Toda criança precisa tomar suplementos?
Não. A maioria das crianças saudáveis que seguem uma alimentação variada e equilibrada, com frutas, verduras, proteínas e grãos integrais, não precisa de suplementação. O organismo infantil é perfeitamente capaz de absorver e utilizar os nutrientes necessários por meio dos alimentos naturais.
No entanto, há casos específicos em que a suplementação pode ser recomendada, especialmente quando há:
Deficiências nutricionais comprovadas por exames;
Dietas restritivas (vegetarianas ou veganas, por exemplo);
Dificuldades alimentares importantes ou seletividade alimentar extrema;
Doenças crônicas (como distúrbios intestinais, doenças renais ou metabólicas);
Prematuridade;
Fases de crescimento acelerado;
Uso prolongado de certos medicamentos.
Quais são os suplementos mais comuns na pediatria?
Alguns dos suplementos mais prescritos na infância incluem:
Ferro: Importante na prevenção e tratamento da anemia ferropriva, especialmente em bebês após os 6 meses de idade ou crianças com alimentação pobre em ferro.
Vitamina D: Frequentemente indicada para bebês desde os primeiros dias de vida, principalmente para crianças com pouca exposição solar.
Vitamina B12: Pode ser necessária para crianças vegetarianas ou com má absorção intestinal.
Cálcio: Quando há baixo consumo de leite e derivados, ou doenças que exigem reposição.
Zinco: Auxilia na imunidade e pode ser prescrito em casos de infecções recorrentes.
Ômega 3 (DHA): Importante para o desenvolvimento cerebral e da visão, principalmente em bebês e crianças em idade escolar.
Multivitamínicos: Em geral, são prescritos com cautela e apenas quando há uma real necessidade de múltiplos nutrientes.
Os riscos da suplementação sem indicação médica
É importante reforçar que suplementação por conta própria pode trazer riscos sérios. O excesso de vitaminas e minerais pode sobrecarregar o fígado e os rins, provocar efeitos adversos como náuseas, vômitos, alterações no apetite, e até intoxicações graves, principalmente com ferro ou vitamina A.
Além disso, o uso inadequado pode mascarar sintomas de doenças subjacentes e retardar o diagnóstico correto.
Suplementos naturais ou “reforços de apetite” funcionam?
Suplementos vendidos como “naturais”, “fortificantes” ou “abridores de apetite” são amplamente divulgados, mas raramente têm comprovação científica de eficácia e segurança. Muitos contêm doses inadequadas de nutrientes, adoçantes, corantes e outros aditivos que não são recomendados para crianças.
Sempre que houver preocupação com o apetite ou ganho de peso do seu filho, a melhor conduta é procurar um pediatra, que avaliará o crescimento e os hábitos alimentares, antes de qualquer suplementação.
Quando considerar a suplementação?
A decisão deve ser sempre baseada em:
Avaliação clínica completa;
Crescimento e curva de desenvolvimento;
Histórico alimentar e familiar;
Exames laboratoriais, quando necessário;
Condições específicas de saúde da criança.
O papel da orientação pediátrica
A Dra. Patrícia Tiemi atua com base em diretrizes atualizadas da Sociedade Brasileira de Pediatria e da Organização Mundial da Saúde. Em sua prática clínica, ela busca orientar as famílias de forma individualizada, considerando o contexto de cada criança e evitando medicalizações desnecessárias.
O foco principal é sempre incentivar a alimentação saudável, o convívio familiar à mesa e a criação de hábitos positivos desde os primeiros anos de vida.
Conclusão
A suplementação pediátrica pode ser uma aliada importante em determinadas situações, mas não deve ser encarada como uma solução genérica para todos os problemas. Com o devido acompanhamento, é possível garantir que seu filho receba todos os nutrientes de que precisa, seja por meio da alimentação ou, quando necessário, com o auxílio de suplementos seguros e bem indicados.
Tem dúvidas sobre a alimentação ou suplementação do seu filho?
Agende uma consulta com a Dra. Patrícia Tiemi e receba uma orientação personalizada e segura para cuidar da saúde da sua criança.
Comments